sábado, 23 de outubro de 2010

O Estival é uma festa "pobre". Uma festa pobre que até perdeu o F. Mas com vontade de pedra e utopia... (Marcus W.)



Sobre o Estival
Com sua primeira edição realizada na cidade de São José dos Campos – SP, em novembro de 2009, o Estival - Mostra de Peças Curtas é um projeto que tem como objetivo promover a realização de apresentações e intervenções artísticas, com itinerância por espaços públicos e alternativos. O circuito previsto constituí-se de mostras com linguagens variadas, visando atender produções com até 30 minutos de duração, oferecidas gratuitamente ao público, num evento aberto para apreciação e experimentação.


O Conceito
No mundo ao avesso da festa, os alforjes ora põem níquel pelas bufas, ora penam à mingua, ao sabor de marés financeiras. Na economia da festa, a noção de despesa não se funda em oferta ou em procura. Antes o ofertório de um percurso sem chegada, a festa, com seu sentido do sagrado, é o que suspende e reinaugura o universo da colheita que abastece alforjes. Há seca e geada, bolsas caem antes de maduras e por vezes até neva nesse país tropical. Diante disso, parece decisiva a consciência de quais migalhas consumimos, a cada noite, sábado ou férias, no banquete da transgressão que arruína e refaz o mundo profano do trabalho. Com que Deus, em que viagem, com que Lexotan ou ópio, diante de qual tela? Sim, é preciso haver sempre algum entusiasmo. No entanto, é tão vária a embriaguez quanto são os vinhos, as poesias e as virtudes.

A arte é sempre festival e, nessa condição, um ritual de despesa, desperdício útil que destrói e revitaliza. Estival é a festa de depois da colheita, festa do estio, da estiagem. Quer ser um culto aberto a toda manifestação artística autêntica e assumida que se proponha ao diálogo e à experimentação. Estival por um pouco de verão e estiagem. Mas estival, ainda que chova! Estival, ainda que vá longe o verão e não faça sol! Em caso de chuva, haverá espetáculo.